Casal acusado de envenenar 10 pessoas vai a júri popular
21/10/2025
(Foto: Reprodução) 'Alegre porque apareceu a verdade', diz vizinha inocentada de envenenamento de crianças
Francisco de Assis Pereira da Costa e Silva e Maria dos Aflitos Silva, réus pelo envenenamento de 10 pessoas em Parnaíba , no litoral do Piauí, vão a júri popular por 24 crimes. A decisão foi tomada nesta terça-feira (21).
Os réus são acusados pelos envenenamentos de oito familiares, uma vizinha e o filho dela. Apenas duas pessoas sobreviveram. Os crimes ocorreram entre agosto de 2024 e janeiro de 2025.
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"Há prova da materialidade e indícios suficientes de autoria, razão pela qual deve o feito ser submetido ao Tribunal do Júri, órgão competente para julgar os crimes dolosos contra a vida", diz trecho da decisão assinada pelo juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Parnaíba, Willmann Izac Ramos Santos.
O juiz também manteve a prisão preventiva dos réus. O casal está preso desde janeiro deste ano.
Relembre o caso
Conforme denúncia do Ministério Público do Piauí (MPPI), oferecida ao Poder Judiciário em 25 de março de 2025, o casal envenenou oito pessoas da própria família, uma vizinha e o filho dela. Veja cronologia abaixo:
Em 22 de agosto de 2024, os réus teriam adicionado a substância tóxica terbufós, semelhante ao chumbinho, a um suco ingerido por Ulisses Gabriel Silva, de 8 anos, e João Miguel Silva, de 7. As duas crianças morreram.
A principal acusada do envenenamento, na época, foi outra vizinha da família, Lucélia Maria, que chegou a ser presa pela suspeita de sua participação no caso, apesar de negar os crimes.
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Posteriormente, em 1º de janeiro de 2025, Francisco de Assis e Maria dos Aflitos teriam adicionado o mesmo veneno a um arroz consumido por nove pessoas, o que ocasionou as mortes de cinco delas - dois adultos e três crianças: Manoel Leandro da Silva, Igno Davi Silva, Maria Lauane Fontinele Lopes Silva, Francisca Maria Silva e Maria Gabriele Silva.
Francisco também consumiu o alimento e foi hospitalizado, mas foi preso assim que recebeu alta por suspeitas de participação no crime. A polícia afirmou que ele deu versões diferentes sobre o ocorrido.
Em 22 de janeiro de 2025, Maria dos Aflitos da Silva teria novamente inserido a substância tóxica em um café ingerido pela vizinha e ex-nora, Maria Jocilene da Silva. A mulher então foi presa suspeita de ser cúmplice do marido.
As acusações
Francisco de Assis Pereira da Costa e Silva é réu por 12 crimes, sendo eles: quatro homicídios qualificados, três feminicídios majorados, dois feminicídios majorados tentados e um homicídio qualificado tentado, além de fraude processual e denunciação caluniosa.
Já Maria dos Aflitos Silva também é ré por 12 crimes, sendo quatro homicídios qualificados, quatro feminicídios majorados, dois feminicídios majorados tentados e um homicídio qualificado tentado, além de denunciação caluniosa.
Embora sejam 10 pessoas envenenadas, a acusação do MPPI considera que uma das vítimas foi alvo de tentativa de homicídio e, posteriormente, de homicídio. Veja quem são todas as vítimas abaixo:
Manoel Leandro da Silva, 18 anos (filho de Maria dos Aflitos e enteado de Francisco de Assis) - morto;
Francisca Maria da Silva, 32 (filha de Maria dos Aflitos e enteada de Francisco de Assis) - morta;
Ulisses Gabriel da Silva, 8 (filho de Francisca Maria) - morto;
João Miguel da Silva, 7 (filho de Francisca Maria) - morto;
Maria Gabriela da Silva, 4 (filha de Francisca Maria) - morta;
Lauane da Silva, 3 (filha de Francisca Maria) - morta;
Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses (filho de Francisca Maria) - morto;
Maria Jocilene da Silva, 32 (ex-nora de Maria dos Aflitos e vizinha do casal) - foi hospitalizada após consumir o arroz no dia 1º de janeiro de 2025, recebeu alta, voltou a ser hospitalizada 20 dias depois por novo envenenamento e morreu;
Um menino de 11 anos (filho de Maria Jocilene) - hospitalizado após consumir o arroz no dia 1º de janeiro de 2025, recebeu alta;
Uma adolescente de 17 anos (irmã de Manoel e Francisca Maria) - hospitalizada após consumir o arroz no dia 1º de janeiro de 2025, recebeu alta.
Casal acusado de envenenar 10 pessoas vai a júri popular
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