Mosquitos são encontrados pela primeira vez na Islândia; clima mais quente pode ter favorecido o aparecimento
21/10/2025
(Foto: Reprodução) Por que a dengue é a primeira doença com impacto ampliado por causa da crise do clima?
A Islândia registrou pela primeira vez a presença de mosquitos em seu território.
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O país, que até agora era um dos poucos lugares do mundo livres do inseto, ao lado da Antártida, confirmou a identificação de três exemplares da espécie Culiseta annulata.
Os insetos foram encontrados na região de Kiðafell, próxima a Reykjavik, a capital e a maior cidade do país, e analisados por pesquisadores do Instituto de Ciências Naturais da Islândia.
A espécie é adaptada ao frio e pode sobreviver ao inverno abrigada em porões e celeiros.
Mosquito Culiseta annulata, que é o tipo encontrado em Kiðafell, Kjós.
Wikimedia/Domínio Público
Segundo pesquisadores, o caso está relacionado ao aquecimento acelerado no país.
Estudos mostram que a Islândia aquece quatro vezes mais rápido do que a média do Hemisfério Norte, o que tem provocado o derretimento de geleiras e a chegada de espécies marinhas de águas mais quentes, como a cavala.
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Pesquisadores alertam que o avanço do aquecimento global vem ampliando a presença de mosquitos em regiões antes frias.
No Reino Unido, por exemplo, já foram encontrados ovos do mosquito-da-dengue (Aedes aegypti) e do tigre-asiático (Aedes albopictus), vetores de doenças como dengue, zika e chikungunya.
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Doença provocada pelo mosquito Aedes aegypti pode levar a morte.
Adobe Stock
No Brasil, como mostrou o g1, em 2024, foram registrados 2,3 milhões de casos prováveis de dengue em apenas dois meses, um recorde histórico.
E a mudança climática também vem expandindo o território da doença.
Apesar do quadro preocupante, especialistas apontam caminhos.
“As soluções vão desde as mais simples — eliminar água parada, usar repelente — até as mais avançadas, como monitorar o clima para prever surtos e liberar mosquitos com a bactéria Wolbachia, que reduz a transmissão do vírus”, explica Maria Anice Mureb, professora da USP que pesquisa o Aedes aegypti há mais de 45 anos.
Criança ao lado de poças de água parada em Beira, Moçambique.
Mike Hutchings/Reuters
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